Alunos que estudavam em casebre sem paredes no Acre há 3 anos ganham nova escola: 'Sonho realizado'

  • 10/07/2025
(Foto: Reprodução)
Nova sede da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo, na zona rural do Bujari, foi inaugurada nesta quinta-feira (10). Retorno das aulas está previsto para a próxima segunda (14). Novo prédio da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo é inaugurado no Bujari Após três anos tendo aulas em casebre em meio ao matagal, os alunos dos ramais Espinhara e Funtac, zona rural do Bujari, interior do Acre, vão poder estudar em uma estrutura melhor. Nesta quinta-feira (10), a nova sede da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo foi inaugurada. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O retorno das aulas está previsto para a próxima segunda (14). "Eu e meus colegas já tínhamos estudado ali [na escola antiga] um ano, sabíamos o que esperar. A sequidão, o grande fluxo de carro trazendo muita poeira, porque lá era aberto. Ou o problema do sol quando ia se pondo e dava na nossa cara por falta de parede. Mesmo com toda dificuldade, pra eu faltar [a aula] tinha que ser algo grave", relembrou o estudante Thiago Borges durante a inauguração do novo colégio. Segundo ele, a estrutura da antiga escola em que estudava o deixava triste, mas mesmo com dificuldades, desistir de estudar nunca foi opção. "Um sonho realizado, uma escola finalmente sendo construída aqui pra gente sair daquela dificuldade", disse. Após quase um mês sem aulas, Thiago aguarda ansioso para estudar no novo espaço. "Se eu seguir firme com meus estudos, seguir com essa minha resiliência, eu quero me tornar um policial", confessou. Thiago Borges se diz ansioso para começar as aulas na nova escola Júnior Andrade/Rede Amazônica A situação precária em que os alunos estudavam foi denunciada em reportagem do g1 e do Fantástico em junho. As imagens mostraram que as aulas ocorriam em um casebre em meio ao matagal com apenas alguns pilares de madeira sob telhas, sem paredes e sem assoalho, no chão de barro. Depois da repercussão das reportagens, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) determinou o afastamento cautelar do secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, por 30 dias. O governo, contudo, manteve o gestor. No dia 13 de junho, a SEE-AC e o TCE-AC firmaram um acordo emergencial para resolver os problemas estruturais da escola. Veja o antes e depois da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo Initial plugin text O Ministério Público Estadual (MP-AC) recomendou também na época a interrupção das aulas na unidade improvisada até que a nova escola fosse construída. No dia 16 de junho, a SEE-AC suspendeu as aulas novamente na Escola Limoeiro Anexo. O prazo para entrega da nova escola era de um mês. A construção do novo colégio, inclusive, era uma das exigências da ação civil pública do MP-AC, que pediu ainda a reestruturação de escolas para evitar que os estudantes sejam submetidos a condições precárias como as da Escola Limoeiro Anexo. Entrega do colégio Uma equipe da Rede Amazônica Acre acompanhou a inauguração do colégio, que contou com moradores dos ramais, autoridades da SEE-AC, do TCE-AC e da Prefeitura do Bujari. A nova escola foi construída em madeira, com paredes, piso e conta com banheiro feito em alvenaria, algo distante da antiga realidade dos estudantes. O agricultor Willian Borges, pai de Thiago Borges, contou que em oito anos morando na comunidade do Limoeiro os alunos sempre estudaram em locais improvisados que não ofereciam a estrutura adequada para o ensino. Alunos estudavam em casebre no meio do mato e nova estrutura conta com cadeiras, bebedouros e paredes Initial plugin text "Quando cheguei aqui a gente sentiu a necessidade de um colégio, que era algo que não tinha. A educação aqui sempre foi precária, a gente estudava na igrejinha que era no barro e, depois de lá , veio para minha casa. O espaço era improvisado para que os alunos não ficassem parados", disse Willian. Ao ver o novo prédio, o agricultor recordou que, antes, nem banheiro os alunos tinham para usar. "Cadeiras novas, quadro bonito, tudo no seu lugar. O banheiro, que não existia, antes era só um sonho, usava o mato. Agora, tem banheiro feminino e masculino", celebrou Willian. A professora Gracielia Maia também falou das dificuldades para lecionar na escola sem paredes. "A gente via a dedicação deles, mas é complicado trabalhar daquela forma. A poeira, ao mesmo tempo, quando vinha o frio, ninguém aguentava tanto frio, porque era um lugar aberto, era muito difícil", mencionou. LEIA MAIS: Educação volta a suspender aulas em escola rural sem paredes após posicionamento de promotor do AC TCE manda afastar secretário de Educação após repercussão de escola sem paredes no AC; governo diz que gestor fica Justiça suspende decisão do TCE de afastar secretário de Educação em meio à repercussão de escola sem paredes no Acre TCE e Educação firmam acordo emergencial para resolver situação de escola rural sem paredes no Acre O novo colégio conta com duas salas de aulas, refeitório, copa, despensa e dois banheiros. "A gente vai ter um lugar melhor para trabalhar, todo mundo com a sua sala. Sabemos que o estudo muda vidas, e eles vão ter um lugar mais adequado, completou a professora. O diretor de inovação do TCE-AC, Gustavo Maia, esteve no local acompanhando a inauguração da unidade para garantir que as determinações do TCE foram cumpridas. Ele afirmou que o órgão vai continuar acompanhando a situação das escolas no estado. Escola tem uma estrutura melhor para preparar a merenda dos alunos Initial plugin text "A escola está em condições adequadas de receber os alunos, tanto com a parte estrutural, física, quanto a questão da água potável", garantiu. O secretário adjunto de administração da SEE, Reginaldo Prattes, também participou da inauguração e admitiu que outras escolas no estado necessitam de adequações. "Essa escola tem uma situação extremamente simbólica em relação a todas as ações que devem ser feitas a nível do estado. A gente sabe dos nossos problemas em relação a essas escolas, esses anexos", argumentou. Conheça a rotina da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo, na zona rural de Bujari, no AC Ação civil pública O objetivo da ação, segundo o MP, é uma readequação abrangente do sistema de educação no Bujari. A Justiça acolheu o pedido do órgão e concedeu uma tutela de urgência 'em razão da violação massiva e generalizada de direitos humanos de crianças e adolescentes e profissionais da educação'. Ainda conforme o MP-AC, relatórios do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) apontaram uma série de irregularidades encontradas nas instituições do município, dentre elas: Omissão estatal na promoção de ambientes salubres, arejados, acessíveis Escolas sem energia elétrica ou mesmo com ligação clandestina Desvio de função de profissionais Estruturas físicas deterioradas Merenda escolar em condições insatisfatórias Risco de choque elétrico ou curto-circuito Consumo de água contaminada Falta de saneamento básico mínimo No caso da escola Limoeiro, tanto anexo quanto principal, a unidade mais próxima é a Escola Estadual Rural Nova Vida, que fica no Ramal do Espinhara, e que possui infraestrutura melhor. Caso a unidade não comporte todos os alunos, eles devem ser levados a outras escolas da região. “Isso, é uma ação estrutural, na verdade. O objetivo é estruturar as políticas públicas relacionadas à educação. E aí várias medidas foram implementadas, como criação de Conselho Municipal de Educação e do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. São inúmeras medidas para a retomada das aulas, no prazo de três dias”, disse o promotor Antônio Alceste, que assina a ação. Escola que funciona em casebre sem paredes tem aulas retomadas após suspensão no Acre Ainda conforme o promotor, o MP acompanha a construção da nova sede do Limoeiro Anexo, prevista para ser entregue na segunda quinzena de julho. Até que o novo prédio fique pronto, os alunos devem ser levados a outras unidades para que não percam mais dias letivos. “Para o Estado, para o direito, não tem como permitir que crianças bebam água sem tratamento. É uma situação de risco. Então, se não conseguirem levar essas crianças para escolas mais próximas, se elas [escolas] não tiverem essa capacidade, o transporte escolar vai ter que acabar esticando um pouco mais e levando os alunos para alguma unidade um pouco mais distante, porém, mais próxima do local de onde estudam”, acrescentou. Outra unidade municipal é citada na ação: Escola Rural Francisco Salustiano. De acordo com a decisão, a prefeitura tem 60 dias para melhorar as condições de tráfego no ramal que leva à escola, para que o transporte chegue ao local. Colaborou o repórter Júnior Andrade, de Rede Amazônica Acre. Reveja os telejornais do Acre

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/07/10/nova-sede-da-escola-estadual-rural-limoeiro-anexo-e-inaugurada.ghtml


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